SALVE CAMPEÃO E A FESTA FOI BONITA PÁ

Campeonato Distrital da 1.ª Divisão

A. Molelos, 5 – M.ª do Dão, 0

Jogo disputado no Complexo Desportivo do Vale da Pata, em Molelos, com o Atlético a alinhar da seguinte forma:

Jambé; Almiro, Pacheco, Stefan e Diogo; Ivo, Rafa, L. Paulo e Júlio; Filipe e Cabaças.

Suplentes: F. Azevedo, Pedras, Patrick, Barreto, Tiago, Rabaça e Esquerdina.

Jogaram na segunda parte: Patrick, Tiago e Esquerdina, para os lugares de Júlio, Rafa e Cabaças.

Extraordinário e empolgante ambiente no Vale da Pata, com a maior enchente da época, lembrando outros tempos e com gente de toda a vasta região deste Vale de Besteiros, que também vibraram com o feito dos rapazes da camisola encarnada, que se sagraram campeões da Zona Sul deste Campeonato Distrital.

Quanto ao jogo, ele teve um começo auspicioso, para os Molelenses, pois logo aos 5 minutos, o capitão Júlio abriu o activo, num pontapé de grande penalidade, para logo a seguir, aos 13 minutos, Paulo Cabaças ampliar a vantagem num oportuno golpe de cabeça, atingindo-se o intervalo com o Atlético a vencer por 2 golos sem resposta.

Depois, na segunda parte, foi uma autêntica avalanche atacante dos novos campeões em direcção à baliza do lado sul, a tal que é talismã para a equipa do Molelos e que renderam mais 3 golos, apontados por Júlio, outra vez, Stefan e Tiago, que fechou a contagem já em período de compensação, perante o delírio da multidão, que já entoava a popular frase de “Campeões, Campeões”.

Depois, foi o final apoteótico, com os foguetes a estoirarem nos ares e muitas lágrimas teimosas a deslizarem pelas faces de muita gente, que não arredou pé do recinto, que foi invadido pelo Grupo de Bombos da Associação do Lajedo de Outeiro de Baixo e com os jogadores a darem largas à sua imensa alegria, descarregando todo o stress acumulado ao longo da época, cantando e dançando, alguns com os filhos às cavalitas, o que emprestou à bonita festa mais um momento de pura e doce ternura.

Entretanto, o Presidente Horácio Rodrigues já anunciava, através da aparelhagem sonora, que os porcos no espeto já estavam prontos para o convívio suculento e então aí, meus amigos, foi o epílogo de um fim de tarde inesquecível, com gente de todas os extractos sociais que, debaixo da frondosa e emblemática tileira, junto ao bar, se deliciaram com o repasto, convivendo com os dirigentes, técnicos e atletas do popular Clube da terra, onde a loiça é mais negra do que em outro qualquer lugar, mas onde o bairrismo continua a ser uma arma extraordinária deste povo entre o Criz e o Dinha e que continua a ter um carinho e um fervor especial pelo seu Clube Atlético de Molelos e é, por isso, que as gentes de fora vão dizendo: “É pá, em Molelos é diferente”. Isso enche-nos de orgulho, mas sempre com o comportamento de gente humilde e que gosta de conviver com todos aqueles que nos visitam.

Portanto e em jeito de resumo global, o dia 12 de Abril de 2015 ficará como mais uma data histórica, no rico palmarés do Atlético de Molelos, ao longo dos seus quase 73 anos, mesmo que, por enquanto, fosse só o vencedor da Zona Sul do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão e que agora, vai ombrear forças com as gentes da Nave de Alvite e depois, porque não, acontecer mais um grande êxito das cores vermelho e branco e sagrarem-se campeões absolutos do Campeonato da 1.ª Divisão Distrital.

Como nota final, registe-se a cobertura mediática deste jogo, com os jornalistas de toda a região e o relato da partida, através da Rádio Emissora das Beiras, com o carismático Tony Pratas.

Também não podia deixar de mencionar aqui, um facto curioso, mas que chamou a atenção de todos, foi que, mal o jogo terminou, o relvado foi invadido por dezenas e dezenas de crianças, algumas vestidas a rigor, com as cores do Atlético, quais saltimbancos irrequietos, que deram um colorido especial à festa, correndo em todas as direcções.

Agora, o que faltava aqui, era mandar um abraço a cada um dos que contribuíram para este êxito, desde o abnegado “Tavinho”, o homem da rega, até ao Presidente Horácio, que num momento algo conturbado da sua saúde, esta vitória talvez seja melhor do que qualquer medicamento.

Portanto, tal como a noite de domingo, esta crónica também já vai longa, o que não é habitual. Por isso desculpem lá a maçada, mas verdade, verdadinha, é que o chosqueiro polava-se da elite, os chiças e a survia, idem, idem, torrépias nanjo, só bufa e até se polanhivam, muntinázias galfarras sanófias giradas, de belas gambotas e tibórnias, onde os abispantes de muntinazios gabios se focavam.

Agora, a festa foi mesmo bonita, pá.

Macarinho