Sexta-feira , Maio 10 2024

CENTÉSIMO ANIVERSÁRIO DA I GRANDE GUERRA HOMENAGEM DA ANCU

Lembramo-nos bem que em tempos recuados não se passava nenhum aniversário da Grande Guerra (1914–1918) que em Tondela não fossem lembrados os Combatentes do Concelho que estiveram nesse horrível quadro de guerra. Entre outros membros da Liga, lembramos o Capitão Amadeu Marques Figueira e o Alferes Alberto Viegas Castanheira, que normalmente providenciavam para que todos aqueles heróis não fossem esquecidos.

Felizmente que a ANCU- Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar, com sede em Tondela, não descurou essa data homenageando, no passado dia 9 de Abril, frente ao Monumento dedicado aos mortos na guerra de 1914 a 1918 e aos que tiveram a dita de regressar ao seu país, após o flagelo da Batalha de La Lys em França precisamente há 100 anos.

A ANCU, esteve representada pelo seu Presidente da Direcção, Dr. António Ferraz e os restantes membros directivos, estando presente também o Coronel Martinho Pereira, natural de Valverde e o representante do Município de Tondela, Vereador Miguel Torres.

Estes dois convidados colocaram antes do minuto de silêncio ao som da corneta duas coroas de flores junto ao monumento para simbolizar a homenagem evocativa dos que tombaram na referida batalha que ficou conhecida como uma das mais sangrentas da história de Portugal.

Em declarações à comunicação social, o Dr. António Ferraz salientou que o gesto pretende sobretudo deixar uma mensagem para o futuro: «queremos que os nossos filhos e os nossos netos ouçam aquilo que passámos, os sacrifícios e a solidariedade entre todos», entre um grito que se quer ouvido. Com orgulho, o Presidente da ANCU salientou que este é um gesto que se dá porque «não comemoramos vitórias, nem choramos derrotas. Enaltecemos aquilo que fomos capazes e aquilo que ainda somos capazes de dar aos outros», lembrou. Nas suas afirmações o Dr. António Ferraz não quer deixar de forma alguma cair no esquecimento as agruras dos combatentes portugueses e a solidariedade que sempre estimularam entre todos. Para o Presidente da ANCU a Batalha de La Lys nunca passará despercebida em Tondela. «Quem tem um monumento como este só se esquece se quiser. Há uns passam despercebidos, nós não porque sofremos o que os nossos antepassados sofreram e fomos capazes de fazer o mesmo que eles fizeram».

Quem não poderia deixar de dar o seu testemunho foi também, o Coronel Martinho Pereira, natural do Valverde – Canas de Santa Maria, mas há muito radicado em Aveiro. Duplo simbolismo, para o antigo militar, cuja presença para assistir ao momento organizado pela ANCU recordou a presença do pai, um dos muitos portugueses presentes, na Primeira Grande Guerra (1914-1918).

O Coronel Martinho Pereira assim que acabou o curso da Escola do Exército foi incorporado, em Abril de 1961 foi mobilizado, no 1.º Batalhão a rumar para Angola. «Conhecemo-nos no barco foi ai que formámos os nossos grupos de combate», em relação à cerimónia de homenagem aos combatentes da Primeira Grande Guerra serve para mostrar que os militares sabem guardar a questão de fundo: «a pátria, o serviço militar, tudo isso fica muito gravado em todos nós».

O Coronel Martinho Pereira salientou também que tem participado noutras iniciativas organizados pela ANCU e que o faz com muito gosto. Poder estar envolvido nesta cerimónia no concelho natal representa para o antigo militar uma alegria dupla. «Para o meu pai, Joaquim Pereira, no dia 9 de abril era feriado em casa», porque ele próprio passou pela Batalha de La Lys e ouviu «salve-se quem puder» da guarnição da arma dele que era artilheiro. «Uma granada matou dois e ele foi o único que regressou» e ele lembrava-se sempre disso. Entre este duplo significado desta cerimónia de recordar «o meu pai que teve sempre a parte militar como um valor extraordinário».

O Coronel Martinho Pereira lembra que também o irmão gémeo, o seu tio, José Pereira, também foi mobilizado na época para a Primeira Grande Guerra, engrossando assim a enorme presença de tondelenses, de praticamente todo o Concelho, naquele terrível flagelo.

Esquecer todos aqueles heróis, a que mais tarde se juntaram todos os que em África honraram a Pátria, seria absurdo e injusto e isso felizmente não acontece.

Por esta homenagem através da ANCU e da Câmara Municipal de Tondela, estamos convencidos que todo o Concelho se sente orgulhoso.

Amorim Lopes

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