SANTO ANTÃO

Foi com muita participação em que mais um ano se protagonizou a festa a Stº Antão, mantendo-se viva a tradição.

Sendo o dia 17 de Janeiro consagrado ao Stº Antão, protector dos animais, a comunidade Cristã de Caparrosinha, celebrou a sua festa, no passado domingo.

A missa teve lugar pelas 11H30, e da parte da tarde teve lugar o leilão das oferendas ao Santo.

Apesar do tempo estar de frio e chuvoso, foram muitos os que participaram no leilão muito disputado, tendo esgotado tudo o que havia para leiloar.

De salientar alguns valores mais elevados, como por exemplo, um galo por 25 euros, duas chouriças por 15 euros, e três pés de porco por 10 euros etc. etc.

O largo da rua estava coberto por um grande tolde, o que permitiu que a chuva não incomodasse, os presentes.

A fogueira mantinha vivas as acesas brasas, cobertas por chouriças em assadura, o pipo do vinho avivava uma ou outra brasa mas no final, ninguém se esqueceu do rumo a suas casas.

Estão de parabéns os mordomos pela boa organização e empenho. Pois quanto difícil é arranjar novos mormos, certo é que os que os são, esmeram-se e dedicam-se. Os mordomos cessantes José Carlos Figueiredo e Arménio da (capela), passaram o testemunho para o ano 2016 aos António Novo e Maria Aldina Silva.

UM POUCO DA HISTÓRIA DE SANTO ANTÃO EM CAPARROSINHA

Pelo que ouvimos das pessoas mais antigos e estes já por memória, o Santo Antão em Caparrosinha protege as suas gentes e os seus animais há mais de um século.

Três habitantes da aldeia foram então a uma festa de Santo Antão a Fataunços (Vouzela) e à noite, ao regressar, os dois rios que atravessam a aldeia transbordavam tendo eles, por essa razão, ficado num palheiro nas imediações de Boaldeia já que não podiam regressar a Caparrosinha.

Ali pernoitaram. Na sua fé e na sua crença pelo santo Antão decidiram comprar uma imagem do Santo para colocar na igreja de Caparrosinha se bem o pensara, assim o fizeram. E desde então, sempre no dia 17 de Janeiro tem sido festejado interruptamente esse dia.

Antigamente quando o dia 17 ocorria em dia de semana, em Caparrosinha era feriado, era um dia santo.

Durante muitos anos de um tempo já passado, os forasteiros ocorriam a Caparrosinha em grande número e levavam ao Santo sacos de milho, peças de porco em sal e imagens de animais em cera, dando por isso muito rendimento à Igreja.

O Santo chegou a ser alvo de tentativa de furto não se concretizando, felizmente.

Não era permitido, então, durante a missa o lançamento de foguetes ainda que alguns no anonimato e bem perto do local para porem em causa a riqueza da festa lançavam os foguetes para que isso pudesse originar até a excomunhão da festa.

Nos dias de hoje, embora os forasteiros não sejam tantos como outrora, há uma presença grande de fieis que ainda mantem a intenção ao Santo e o interesse ao leilão.

O pipo de vinho, a broa caseira, o cabo das cebolas e o grelhador ou fogueira, continuam a marcar presença durante o leilão, onde se vende um pouco de tudo. Muitas das coisas ali adquiridas irão servir para a merenda, nomeadamente as chouriças, as febras ou os couratos que ali são assados e partilhados. O pipo de vinho e a broa caseira são à discrição e partilhados por todos.

Foi assim com muita animação que em Caparrosinha se viveu mais um dia da festa de Santo Antão.

VIDA DE SANTO ANTÃO

Vale a pena lembrar que Santo Antão é um santo egípcio do início da cristandade no oriente.

Nasceu na cidade de Conam, no Egipto no ano 251.

A vida de Santo Antão está ligada ao deserto onde vivia em oração, em caverna tal como outros discípulos que ele atraia pelo seu modo de viver.

Formou uma comunidade de monges dedicados à oração, mas vivendo cada qual na sua caverna.

A vida de sacrifício de Santo Antão não impediu que vivesse muitos anos, morreu com 105 anos, serenamente em 17 de Janeiro de 356.

Ao morreu as suas ultimas palavras para os discípulos foram: “conservai integra a vossa fé”.

As suas relíquias estão guardadas na igreja de Santo António de Viennois, em França.

C.