Folha de Tondela Jornal centenário da região de Viseu
Serpenteada pelo rio Águeda e alocada entre os concelhos de Oliveira de Frades e Águeda, encontra-se a freguesia de S. João do Monte, que dista da sede do concelho de Tondela, cerca de 40 KM.
Cheia de história, porque já vem mencionada no cadastro da População do Reino de 1527, foi também vila e sede de concelho até 1855, chegando a ter no ano de 1849, 3.248 habitantes, é presenteada pela beleza natural da Serra do Caramulo e pela hospitalidade e generosidade das suas gentes, que se descobre nas pequenas coisas.
Com um casario de granito, e verdes parques e praias de lazer junto ao rio Águeda, esta freguesia do concelho de Tondela, merece uma visita.
É aqui que se encontra o restaurante “Às Origem’s”, que como o nome indica, reflete o ambiente rural da origem dos alimentos e das cozinhas das casas serranas de granito.
Os seus proprietários o casal Sandra e Nuno promovem um ambiente informal, acolhedor recheado de simpatia.
Logo ao chegar ao largo da rua Almirante Reboredo, deparamo-nos com o restaurante numa casa de linhas direitas, e de granito, que mostra a força da serra e das suas gentes. No interior as capuchas, o mel do caramulo, os doces tradicionais e as bilhas, introduzem o visitante até às origens, dos usos e costumes desta freguesia da serra.
Com um ambiente acolhedor, informal, os clientes podem saborear o sabor natural dos alimentos, que por ali se semeiam ou se cuidam, numa simbiose de modernidade e do gosto gastronómico tradicional. Os grelhados com carnes das ovelhas e cabritos, vitelas e porco, que ainda pastam pelos prados verdes dos vales da freguesia, acompanhados por o vinho da casa, que é muito bom e não parece vinho da casa, deliciam os sentidos.
Mas quem quer experimentar o fiel amigo e o polvo, também lhe chama um pitéu.
Da sala das refeições, pode observar-se a ponte romana, o parque Almirante Reboredo (um grande benemérito desta freguesia), com as suas frondosas árvores e a Igreja Matriz em honra de S. João Batista.
Esta milenar freguesia, tem o encanto natural de um passado que se sente em cada pedra de granito, tem a robustez da resiliência, e este casal é o exemplo que, felizmente, ainda teima em acontecer, de não deixar morrer o interior do país.
Este restaurante merece uma visita do leitor, pela comida, pelo ambiente e pela solidariedade que nos deve ligar ao que é nosso, e às nossas raízes, apoiando quem tem coragem em investir fora dos grandes centros urbanos e que revitaliza as aldeias, que estão longe das cidades.
MJJ
