Terça-feira , Abril 9 2024

PRONTO, VOCÊS GANHARAM… TENHO MESMO QUE SER DO TONDELA

Poucos saberão que eu percebo tanto de bola como de carolos, minto, estes últimos já os dominei, uma vez, no tacho, mas solicitada para partilhar a minha opinião e depois de ter feito uma reportagem em Tondela para perceber o impacto do clube no concelho, aqui ficam as minhas observações (são observações de alguém de fora, que já não é do Benfica, clube da mamã, nem do Porto, clube do papá, mas assumidamente do Tondela). As cores lembram-me o Brasil que me corre nas veias e a gana com que jogam, o estarem aqui perto de mim, da região onde vivo, onde tantas e tantas dificuldades se enfrentam pela famigerada ostracização do Interior, eis que sou Tondela. São motivos mais que suficientes.
Entrámos confiantes, velocistas, quais gazelas. O Chaves parecia atordoado. Pensei que fosse da viagem. Chaves não é logo ali, mas afinal tinham vindo na noite anterior (disseram-me). Por que estariam com um ar tão cansado, ou seria o Tondela que estava louco? Louco por conseguir aquilo que os loucos pelo Tondela lhes pediram: permanecer na Primeira Liga. Começo por falar do Chaves, porque vamos lá ver uma coisa, alguém tinha que perder, certo? Foi o Chaves, não jogaram melhor é certo, mas também não eram precisos aqueles apupos finais dos seus adeptos. A ansiedade, sim a ansiedade, ou numa forma mais vulgar do termo, os nervos, deveriam ser imensos, a responsabilidade pesa sobre as costas. E pesou para o Tondela, mas não a pontos de os imobilizar. Reagiram, responderam. E mantemos o clube dos pica-paus amarelos, na Primeira Liga, feito importante não só para o Tondela, como para toda a região, os 5-2. Sim todos temos ganhos com o Tondela, estar na Primeira Liga. Acreditem em mim, a febre amarela atinge todos, até a mim que vivo numa das encostas da Serra da Estrela, com vistas privilegiadas para o Caramulo.
Há um mapa muito curioso, por sinal, que circulou por estes dias nas redes sociais mostrando o número de clubes que no Litoral e no Interior, estão na Primeira Liga. É interessante e motivo de orgulho ver ali o Tondela sozinho. Por estes dias, um pastor de Folgosinho, perguntou-me assim: “oh menina, vi umas fotos suas lá com o cachecol do Tondela, não me arranja os bilhetes para eu ir ver o Benfica?” A verdade é que para a maioria das pessoas ver os “grandes” jogar, sempre foi coisa para fazer muitos quilómetros de estrada, e agora em pouco menos de uma hora, já estamos em Tondela. Querem outro exemplo? Fui deixar o meu carro numa oficina de lavagem automóvel. Eis que quando lá chego, vejo um dos empregados com o MEU cachecol do Tondela à volta do pescoço, exclamando: “Oh menina, isto estava no seu carro, não me deixa ficar com o cachecol do Tondela? Gosto tanto daquele clube…”. Confesso que ainda pensei dar-lho. Mas aquele cachecol já tinha assistido ao Tondela-Porto e já lhe tinha prometido que o levava ao Tondela-Chaves.
Mas vestindo a pele de comentadora desportiva…Todos falam no Tomané, todos gritam pelo Tomané, nas bancadas, mas não foi só ele que brilhou. Para mim os homens do jogo, foram: o guarda-redes, Cláudio Ramos, numa defesa especialmente difícil que teve de concretizar e outros dois jogadores: o Jhon Murilo que marcou dois dos golos de uma mão cheia deles, sempre naquela correria, naquela gana por conquistar a vitória. E Nego Tembeng, que entrou já na segunda parte do jogo, chutou para bem longe todas as bolas que caiam na grande área do Tondela. Para quem não viu o jogo, recomendo que futuramente, além de ver, oiçam também os fantásticos relatos de António Pratas na Emissora das Beiras. Ele tem muito talento e é vosso também.
Um último comentário aos Pestinhas – Escola de Futebol de Tondela, campeões distritais de sub-10 da Associação de Futebol de Viseu, que desfilaram pelo campo, erguendo a taça, ao som de aplausos, até dos bons camaradas flavienses, um momento emotivo que nos recordou o que deveria ser o futebol.
E porque não sou uma comentadora típica de desporto, uma última questão: aqueles quartos de banho do Estádio João Cardoso, estão sempre assim impecáveis? Até nisso não facilitam…

Liliana Carona
Jornalista da Rádio Renascença, correspondente na região interior centro

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