Sexta-feira , Maio 3 2024

O PRESENTE E O FUTURO DA SERRA DO CARAMULO

A Câmara Municipal de Tondela, em parceria com o Agrupamento de Escolas Tomaz Ribeiro, de Tondela, e o CEIS Caramulo (Centro de Estudos e Interpretação da Serra do Caramulo) levou a efeito o “Seminário – CARAMULO, PENSAR O PRESENTE, PLANEAR O FUTURO”, que teve lugar no Hotel do Caramulo, na tarde do passado dia 8, e que contou com a presença do Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Professor Doutor Francisco Gomes da Silva.

Foram três os Painéis apresentados, de muito interesse e que motivaram amplo debate.

Uma centena de pessoas esteve presente: Presidente da Câmara Municipal de Tondela, Dr. José António de Jesus, Vereadores, Presidente e vários membros da Assembleia Municipal de Tondela, Deputados à Assembleia da República, dirigentes do Bombeiros Voluntários de Campo de Besteiros e Tondela, entidades militares, vários Presidentes de Junta e membros de Assembleias de Freguesia, Professores, autarcas e outros participantes doDSCF2968s concelhos igualmente atingidos, agricultores e outros agentes ligados à agricultura e floresta.

ABERTURA

A Mesa de Honra foi composta pelo Presidente da Câmara Municipal de Tondela, Dr. José António de Jesus, Presidente do Agrupamento de Escolas Tomaz Ribeiro, Dr. Júlio valente, Presidente do CEIS Caramulo, Dr. Luís Costa e Presidente da Junta de Freguesia do Guardão, António Ferreira.

Nas suas intervenções, cada um deu enfase ao objetivo do Seminário, realçando José António de Jesus a preocupação do Município, por um lado em envolver todos os agentes no planeamento da Serra do Caramulo para um futuro mais sustentável que a recente calamidade obrigou a repensar e, por outro, promover ações concertadas para que a reflorestação da Serra se faça com os resultados desejados e a preservação necessária.

PAINEL I – Respostas institucionais no pós-incêndio

“DANOS OCORRIDOS” foi o tema da primeira intervenção, a cargo do Eng.º Carlos Carvalho – Instituto Nacional de Estatística.

Foram transmitidos elementos que levam ao estudo dos acontecimentos, modelos de identificação/caraterização, cujo método implica o conhecimento prévio de todos os agricultores afetados.

Os elementos apresentados e a sua caraterização, ainda que provisórios, apresentaram a última área ardida da Serra do Caramulo, de que ressalta que o pinheiro DSCF2974bravo foi a maior mancha ardida, seguida de eucalipto, sendo o Concelho de Tondela o mais atingido pelos incêndios.

“RELATÓRIO SOBRE OS GRANDES INCÊNDIOS DO CARAMULO OCORRIDOS EM 2013”, foi o tema que se seguiu, apresentado pelo Engº. Rui Pedro Ferreira, do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.

Foi apresentado o enquadramento administrativo do território afetado, os impactos verificados e apresentadas propostas de estabilização de emergência para o restabelecimento do potencial produtivo.

A área ardida nos concelhos de Tondela, Vouzela, Oliveira de frades e Águeda, foi de 9,415,5 há, sendo o Concelho de Tondela o mais sacrificado.

Feita a análise do combate à erosão e correção torrencial das linhas de água, a proteção de encostas e áreas suscetíveis de erosão e proteção e recuperação de caminhos como medidas prioritárias.

“RECUPERAÇÃO E VALORIZAÇÃO DAS ÁREAS ARDIDAS”, foi a intervenção da Engª. Carla Pires, Vereadora da Câmara Municipal de Tondela e responsável pela Proteção Civil, Segurança e Mobilidade e Floresta.

Carla Pires, depois de saudar e agradecer a todos os que estavam alDSCF2967i presentes, de um modo especial as muitas entidades que deram o seu contributo ao Seminário, começou por afirmar que ia fazer uma pequena apresentação das diversas ações que a Câmara Municipal de Tondela realizou após os incêndios, quer próprias quer em colaboração com os diversos Institutos e outras entidades ali presentes, quer ainda com as Juntas de Freguesia, Agrupamento de Escolas Tomaz Ribeiro e CEIS.

Como o senhor Presidente disse na sua intervenção, desde o início assumimos esta questão como sendo um dos pilares principais daquilo que é a atuação da Câmara Municipal neste mandato e desde o início essa ação passou por constituir um conjunto de equipas multidisciplinares, de maneira a fazer face a este desafio que queremos convosco ser vencedores.

Apresentou a seguir o enquadramento geral sobre o grande incêndio da Serra do Caramulo, especialmente no que se refere ao Concelho de Tondela, abordando de seguida as ações que foram desenvolvidas no pós-incêndio pela Câmara Municipal com algumas das entidades referidas e aqui presentes, até com intervenção.

No que diz respeito ao grande incêndio do Caramulo, a sua influência teve relevo na Freguesia de S. João do Monte/Mosteirinho, mas também Santiago, Caparrosa/Silvares, Guardão e ainda uma pequena área na Freguesia de Barreiro/Tourigo.

Em termos de área ardida, como já foi referido, falamos de 16,5% da área do Concelho de Tondela com valores por Freguesia já identificados.

Após o incêndio e tendo sido definido qual será um dos principais eixos de atuação do Executivo da Câmara Municipal de Tondela, tivemos que iniciar a implementação do plano de valorização ambiental desta área ardida. Para tal, tivemos também, e indo ao encontro daquilo que está previsto na Resolução do Conselho de Ministros, que definir algumas estratégias a levar por diante e os “parceiros” a recorrer, para no terreno implementarmos as ações, colhendo dados, fazendo registos, inquéritos, validação e outros trabalhos subsequentes.

Em sequêDSCF2984ncia, as candidaturas ao Fundo de Emergência Municipal e ProDer, que desenvolveu explicando os requisitos.

Carla Pires continuou a dar conta das medidas em curso, lembrando que a primeira grande ação de reflorestação terá lugar já no próximo dia 22 de Março nas Freguesias ardidas.

 Esperemos que isso seja, realmente, um dia grande da “reconquista” da serra do Caramulo.

PAINEL II – A Serra do Caramulo, perspetiva ecológica e estratégica

“ A FAUNA E A FLORA DO CARAMULO” –  CEIS Caramulo – tema desenvolvido pelo Dr. Pedro Ribeiro (Instituto Politécnico de Viseu/Escola Secundária de Viriato)

Começando por apresentar as diversas espécies que existem na Serra do Caramulo, e cuja diversidade surpreende, Pedro Ribeiro retratou todas essas espécies e a sua influência no ecossistema da Serra.

Os invertebrados, por exemplo, são indicadores, pela sua quantidade e variedade, da qualidade do meio ambiente. Mas as aves, os mamíferos, são indicadores também do meio que os rodeia. E são, no fundo, grandes sofredores quando o incêndio invade o seu habitat.

Por outro lado, lembrou, a Serra do Caramulo é povoada por mais de 900 espécies de plantas diferentes já identificadas, o que desde logo mostra a riqueza de património que a serra comporta.

Daí a justificada preocupação na gestão do território.

“ASPETOS FACILITADORES DO FOGO” – CEIS Caramulo – intervenção do Engº. Miguel Almeida (Associação para o Desenvolvimento e Aerodinâmica Industrial).

Partindo de simuladores para explicar diversos aspetos da propagação do fogo, Miguel de Almeida lembrou os bons ambientes para o incêndio e sua propagação, assim como referiu alguns dos fatores que dificultam, como seja a preparação e e organização dos meios, infraestruturas, condições do terreno e meteorologia.

De onde, entre outras e variadas razões, a escolha das espécies e a gestão de combustíveis florestais, se assume como fundamental.

PAINEL III – A floresta – equilíbrio ambiente/economia

“SERVIÇO DOS ECOSISTEMAS” – Agrupamento de Escolas Tomaz Ribeiro –Projeto “Renascer das Cinzas” – Dr. João Nunes (Universidade de Coimbra)

“SISTEMAS DE ORDENAMENTO FLORESTAL” Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas – Engº. Nuno Amaral

Dois interessantes temas e de grande interesse principalmente para quem está no terreno, que mereceriam maior desenvolvimento e debate, não fosse o adiantado da hora.

DEBATE

Foram apresentadas algumas questões pertinentes, nomeadamente no que se refere a certas burocracias que podem fazer emperrar os projetos e desmotivar os seus autores.

ENCERRAMENTO

José António de Jesus, na sua intervenção de encerramento, DSCF2988agradeceu a presença do senhor Secretário de Estado, aliás na sequência da visita feita logo após os grandes incêndios, e onde logo ficaram desenhadas nessa visita muitas das medidas que se seguiram. Por isso, em nome do Município de Tondela lhe expresso o meu agradecimento. O sucesso eventual desta estratégia, passa por três pilares: cooperação, pedagogia e fiscalização. O território tem que ser uma mais valia nas suas várias dimensões.

Na intervenção de encerramento, o senhor Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Prof. Doutor Francisco Gomes da Silva, começou por salientar que quando se fala do conceito de floresta ou do ecossistema florestal, de todas as funções que desempenha, o drama acontece quando aterramos com os pés no chão e temos as coisas à frente e as várias realidades a enfrentar.

As Câmaras municipais, e a de Tondela é uma delas, podem ter e têm um importante papel na proteção civil e a proteção civil estende-se à floresta, aos problemas das florestas e a todos os agentes envolvidos. Daí a importância da ação da Câmara.

A floresta não se compadece com ritmos acelerados, sem esquecer minimizar efeitos imediatos.

O desafio que aqui deixo, é repor o Caramulo naquilo que é a sua valia florestal, disse a terminar.

APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO

Coube a Ana Melo, do Gabinete de Apoio à Vereação da Câmara Municipal de Tondela, orientar os trabalhos do Seminário, o que fez com muita eficiência.

Jorge A. Leitão

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