Festa em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem

No passado domingo, dia 10, realizou-se na Capela de Póvoa do Lobo, pelas 16horas, a festa religiosa em louvor da padroeira local, que consistiu na celebração de missa solene, presidida pelo Ver. Padre Flor, Digno Abade de Dardavaz, de sermão e procissão.

A abrilhantar as cerimónias esteve o Grupo Coral e Instrumental da Igreja de Alvarim que, mais uma vez, se esmerou na execução dos cânticos litúrgicos.

O sermão focou o Evangelho em que Cristo, depois de ter ressuscitado, se juntou a alguns discípulos, que se encontravam numa barca, junto à praia, após uma faina infrutífera. Perguntara-lhes se tinham algo para comer e como lhe respondessem que não, incentivou-os a irem pescar, encaminhando a barca para o lado direito. Replicaram que haviam trabalhado toda a noite e não conseguiram pesca alguma, mas seguiram a sugestão de Cristo, apesar de ainda o não terem reconhecido.

Só depois da pescaria se tornar, milagrosa, por ser tão abundante, é que um dos discípulos exclamou: “É o Senhor!” e imediatamente São Pedro se lançou ao mar nadando para a praia, onde o aguardava Cristo com uma fogueira acesa e alguns peixes a assar. Pediu mais alguns peixes daqueles que acabavam de ser pescados e acabaram todos a confraternizar.

Precisamente nesse momento interrogou São Pedro se o amava e repetiu a pergunta mais duas vezes, se bem que a resposta fosse sempre positiva. Então São Pedro já não respondeu: “Tu sabes que te amo”, mas sim: “Senhor, Tu sabes tudo!” ao que Cristo sentenciou: “Pois então apascenta as minhas ovelhas!”, ficando assim singelamente investido para continuar a Obra Salvadora de Cristo e após este, os seus sucessores.

A este propósito esclareceu o Pregador que também nós, por vezes, somos interpelados pelo Senhos, mas nem sempre estamos atentos aos sinais da sua presença, apesar d’Ele nos acompanhar sempre.

Por isso é preciso reflectir nos seus ensinamentos, incluindo a partilha que se traduz na comunhão com Cristo e com os irmãos, anseio esse que nos deve mobilizar como cristãos que somos.

Dirigiu-se depois concretamente à festa de louvor a Nossa Senhora da Boa-Viagem para realçar a devoção devida a Nossa Senhora tanto como Mãe do Filho de Deus, como também sendo mãe de todos aqueles que desejem acreditar e seguir a Cristo, elogiando a fé dos presentes e incentivando-os para que jamais esmoreçam perante as investidas dos chamados lacaios que pretendem apagar a nossa fé em Deus e menosprezar a vida no caso concreto, dos indefesos (nascituros e eutanásia).

A procissão, pela grande participação que teve, espelha bem a fé que sente não só a população da Póvoa do Lobo mas também de muitos peregrinos que ali se deslocam para honrar os mesmos compromissos e os mesmos sentimentos religiosos dos seus antepassados que escolheram Nossa Senhora para sua intercessora junto de Deus.

E o apelo final do celebrante foi para que a padroeira nos guie e oriente em todas as Viagens, incluindo a derradeira que é o fim da nossa existência terrena e o inicio do que será a Bem-Aventura Eterna.

Que assim seja! – Apetece-nos a nós dizer. E mais ainda: Parabéns gente briosa e acolhedora da Póvoa do Lobo, pela vossa Bonita Festa, à qual se associou também o sol radioso, que brilhou principalmente na hora da procissão, em que os foguetes também contribuíram para harmonia completa do momento festivo.

Manuel Ferreira Henriques da Silva