Quinta-feira , Abril 11 2024

DECLARAÇÕES DO PRESIDENTE DA DIREÇÃO DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE TONDELA

A propósito das últimas mediatizações na Comunicação Social sobre casos de doentes que não foram transportados do Hospital de Tondela para o Hospital de Viseu, ou em que houve casos em que se verificou uma demora na realização desses transportes, e visto que as acusações caíram sobre os Bombeiros Voluntários de Tondela, o presidente da Direção dessa mesma corporação de bombeiros, António Mano, pretende esclarecer a população de Tondela.
O Presidente começa por contextualizar a situação referindo que existiu uma época antes da fusão dos hospitais, da criação do Centro-hospitalar Tondela-Viseu, e que nessa altura os Bombeiros Voluntários de Tondela (BVT) eram os responsáveis por praticamente toda a totalidade das transferências de doentes entre hospitais. Havia sido criada uma estrutura dentro do corpo de bombeiros, recorrendo a funcionários remunerados para realizar essa tarefa, “garantindo 24 horas por dia e 7dias por semana, esse transporte”.
Após a criação do Centro Hospitalar Tondela-Viseu a administração do mesmo, entendeu que esse transporte deveria ser aberto a outras instituições: outras associações de bombeiros, Cruz Vermelha Portuguesa e particulares (empresas privadas de transporte de doentes). Esta decisão implicou uma diminuição drástica do serviço efetuado pelos bombeiros de Tondela, trazendo consequências financeiras e fazendo-os perceber que não lhes seria possível manter a estrutura que haviam montado para assegurar esses transportes, uma vez que este sector lhes dava prejuízo. António Mano lembra que sendo os Bombeiros Voluntários de Tondela uma associação, estes têm responsabilidades para com os funcionários, e diversas entidades (autoridade tributária, fornecedores, segurança social…), tal como qualquer outra associação, e por isso era-lhes impossível suportar este prejuízo, e começaram a canalizar os seus serviços para outras áreas.
Enquanto os Bombeiros de Tondela suportaram esta situação, mesmo com o rendimento dos seus funcionários a ser diminuído, a administração do Centro-hospitalar nunca se preocupou com a diminuição dos serviços de transferências realizadas pelos bombeiros. Existia na altura da fusão hospitalar uma monopolização do transporte de doentes, por parte de outras entidades, e de um momento para o outro, sem que o Presidente da Direção de Bombeiros de Tondela saiba explicar, essas entidades afastaram-se e deixaram de assegurar esse mesmo transporte.
Com a mediatização na Comunicação Social de diversos casos em que se verificaram lacunas no transporte de doentes, os Bombeiros de Tondela viram o seu nome a ser indicado como responsáveis e como sendo “pouco colaborativos”. Relativamente a essas menções por parte dos media, o presidente acredita que tal possa ter a ver com a questão da proximidade geográfica com o Hospital de Tondela, no entanto frisa que os bombeiros de Tondela nunca deixaram de fazer as transferências hospitalares: “Podem, ao ser solicitados, não ter ao seu dispor os meios humanos e os recursos disponíveis para tal. Mas sempre que os dois componentes são possíveis de realizar os mesmos realizam as transferências. Para conferir basta consultar as estatísticas dos mesmos.
Os BVT estão dispostos a ser uma parte da solução e não uma parte do problema.”
Em causa está a discrepância entre as Administrações Regionais de Saúde (ARS): a ARS do Norte remunera os bombeiros, pelo serviço de transporte de doentes, desde o seu quartel até ao hospital de destino, já a ARS do Centro, onde está inserida Tondela, remunera apenas as deslocações entre hospitais, daí que as despesas das associações sejam mais difíceis de suportar. “A questão é: Se temos um país com uma legislação, mas existem duas interpretações distintas da lei, uma das ARS estará errada. Temos de perceber se é a ARS do Centro que está a interpretar bem a lei.” António Mano alerta que este é um problema que se irá alastrar ao resto do país, pois alguém de direito terá de tomar uma decisão unânime e justa para todas as corporações de bombeiros.
O Presidente da direção dos bombeiros de Tondela informa ainda que existiram reuniões com o Centro Hospitalar a fim de resolver este problema, e foi também solicitado à Administração Regional de Saúde que esclarecesse qual seria a interpretação correta a fazer da legislação, de forma a uniformizar procedimentos, no entanto, até ao momento ainda não foi apresentada resposta.

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António Mano defende que se estava prevista uma redução dos serviços hospitalares em Tondela, como fecho do serviço de radiologia, a administração do Centro Hospitalar poderia ter previsto que aumentaria a necessidade de recorrer a transportes de doente, e daí teria sido necessário resolver antecipadamente as questões apresentadas. “O que sabemos é que durante meses ou anos alguém com responsabilidade podia ter resolvido este problema, ter evitado que estas questões chegassem a este ponto, mas não tomaram qualquer tipo de decisão. Quem tem que tomar as decisões é a Administração Regional de Saúde, o Centro-Hospitalar, ou seja quem for, mas os Bombeiros Voluntários não. Não devem atirar para cima dos bombeiros a culpa das suas falhas e das suas não decisões.”
É muito injusto a Comunicação Social estar constantemente a chamar a este problema os Bombeiros Voluntários de Tondela, quando nós não temos responsabilidade pois não somos nós o legislador, não somos nós que interpretamos a lei”, acrescenta o presidente.
Estas declarações do presidente da direção dos Bombeiros Voluntários de Tondela pretendem esclarecer a população de Tondela, acerca da “desinformação” que tem sido prestada na Comunicação Social, pois é à população que os bombeiros servem e prestam os seus serviços, da melhor maneira que lhes é possível.
Joana Pereira

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