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D. LÚCIA A AVÓ DOS ATLETAS DA FORMAÇÃO DO CLUBE DESPORTIVO DE TONDELA

Em qualquer clube, o espetáculo do futebol sénior é o que mais atrai os adeptos, mas é a formação que dá a “matéria-prima” dos jogadores, e por isso é a componente desportiva que mais os clubes acarinham.
O Clube Desportivo de Tondela, tem um departamento próprio para a formação e possui escalões de formação em futebol de 11, com equipas de Iniciados, Juvenis e Juniores que estão a fazer uma boa época.
Os juniores estão atualmente em fase de subida à Primeira Divisão Nacional.
Em futebol de 7 o CD Tondela detém um protocolo com a Escola de Futebol Os Pestinhas, que reúne a formação dos 4/5 anos até ao escalão de sub-13.
O prestígio e o trabalho nestes escalões vê-se nos resultados e também nos três os jogadores do CD Tondela que foram a 2 de abril convocados para representar a Seleção Sub-15 de Portugal no Torneio Inter-Seleções que decorreu na Cidade do Futebol entre 4 e 7 deste mês.
Pedro Costa, Rodrigo Silva e Tomás Silva estiveram entre os 84 jogadores que o Selecionador Nacional, Pedro Silva, chamou para o torneio.
Depois da chamada, em setembro do ano passado, da dupla Rodrigo Silva e Pedro Costa, este ano aumentou o número de atletas do CDT chamados à Seleção Nacional, sinal do sucesso do trabalho realizado pelo clube na formação.
Este trabalho é realizado por um conjunto de técnicos, mas também de outros profissionais que têm a seu cargo o bem-estar dos jovens que vêm até Tondela, de todo o país e estrangeiro.
Estes jovens têm que conciliar os treinos e os jogos, com a sua situação de estudantes e estão alojados em várias casas, enquanto o clube não constrói a Cidade Desportiva em Nandufe.
A pessoa que mais tempo está com estes atletas e que é responsável pela alimentação, tratamento de roupas e cuidar da casa é D. Ana Lúcia da Silva Santos Matos.
A Folha de Tondela, foi conhecer o dia-a-dia desta “avó” de 75 anos, tão bem acarinhada pelos atletas e pelos pais.

“SÓ QUERIA QUE O TONDELA SUBISSE”
A D. Lúcia é casada e está no clube há mais de 40 anos. Começou com a mãe “a minha mãe antigamente lavava os equipamentos, ainda o campo era pelado, eu já lá andava com ela a lavar os equipamentos, e engraxar as chuteiras, foi aí que eu comecei a ter o bichinho pelo Desportivo de Tondela” revela-nos.
A maior alegria para a D. Lúcia foi quando o Tondela subiu à primeira liga “senti muita alegria, eu gostava que o CDT continuasse, que subisse desta vez, mas se não for este ano que seja para o ano. Enquanto eu for viva” afirmou esperançada.
Na casa da Rua Dr. António José d’ Almeida, a D. Lúcia toma conta de 32 miúdos que frequentam a formação do CDT, “tomo conta dos miúdos todos, uns chamam-me mãe, outros chamam-me avó, tratam-me sempre com carinho, ajudam-me às vezes a trazer a comida para baixo e aqui estou ao pé deles”, afirma com carinho, porque muitos estão bem longe de casa, porque são do Algarve, de Lamego, de Castro Daire e de outros sítios do país.
Aqui em Tondela, são acarinhados, mimados e o clube é reconhecido pela forma como trata estes atletas. A D. Lúcia faz tudo para que estes jovens, não sintam tanto a ausência de casa, da mãe, do pai e dos irmãos.
Começa logo de manhã “vou dar a volta para ver se eles já foram para a escola”, porque ninguém pode faltar, para que o percurso escolar destes jovens não seja comprometido pelo facto de serem jogadores. Depois “começo o almoço”, porque esta rapaziada vem almoçar a casa, depois “arrumo tudo e toca a fazer jantar, para estar pronto quando chegarem dos treinos para comerem”.
Este serviço também é para alguns jogadores seniores. Não esconde o carinho especial pelo jogador Jota “o Jota foi um miúdo que veio para aqui para os juniores e desde aí esteve aqui 8 anos comigo e sinto saudades dele” revelando que também sente saudades de outros, porque os jogadores são como família para esta mulher que tem em si a alma do Clube Desportivo de Tondela, “acarinhavam-me, e estavam sempre aqui ao pé de mim”.
Não esconde a admiração pelos treinadores e jogadores que estiveram na subida do Tondela à I Liga “ainda no domingo estive com o jogador o Pica, com o Nuno Pereira, da equipa técnica do Pepa, que era especial, era uma boa pessoa, e de um que já não sei o nome dele, que quando cá vem, vem sempre ver-me de braços abertos a chamar-me velhinha”.
Viver e sentir de perto o clube cria a sinergia que liga as pessoas para objetivos comuns, por isso a D. Lúcia “puxa as orelhas”, quando “eles não jogam nada” e incentiva-os para fazerem melhor no próximo jogo.
Através desta colaboradora os jogadores e familiares, ficam a gostar de Tondela “a família quando cá vem trazê-los gostam muito daqui, porque é uma cidade calma. E se for ali fazer qualquer coisa e se me virem já sabem que são os meus miúdos vem logo fazer queixa disto e daquilo. É sempre assim”. Ou seja, os jogadores têm que se portar bem, porque a cidade vai logo dizer à D. Lúcia.
Quer que o Tondela tenha mais adeptos e que todos devem ir ao Estádio João Cardoso e aos jogos da formação, mostrar o apoio às equipas, para ajudar no sucesso desportivo.
Acalenta a esperança do CDT voltar à I Liga, e sofre muitos com os jogos, mais ainda quando é com o Académico de Viseu, devido à rivalidade entre os dois clubes que já vem de longe e lembra que “uma vez estava o Tondela também para subir à 2ª divisão, andávamos ainda nos escalões baixos e chegámos ali a Canas de Santa Maria, e os de Viseu apedrejaram-nos o autocarro, fizeram ali trinta por uma linha, a bater-nos, e atirar-nos uma bandeira. Vínhamos do Sátão”.
“Só queria que o Tondela subisse” afirma esta senhora que trata dos jovens atletas, mas que é a primeira adepta do Clube e que sofre muito com as derrotas e vibra com as vitórias, porque o amor a um clube não se explica, sente-se.
Quanto aos atletas da formação do Tondela, estão bem entregues na sua formação pessoal, porque têm o carinho, os mimos e as chamadas de atenção, que nestas idades são tão importantes na moldagem do carácter destes jovens.
A D. Lúcia é “mãe” ou “avó” tão necessária no crescimento dos mais novos. E estes atletas que estão longe de casa, são assim compensados pela entrega e pela meiguice da D. Lúcia.
MJJ

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