CONFERÊNCIA “OS JOVENS E OS DESENCONTROS DE GÉNERO”

Promovida pela ESCOLA PROFISSIONAL DE TONDELA, realizou-se no passado dia 29 de abril, no Auditório 1 da ACERT, uma Conferência/Debate para sensibilizar os jovens estudantes daquela Escola sobre a diferença de oportunidades (ou a falta delas) que pela vida fora se apresentam, ainda hoje, para os homens e para as mulheres.

Trazida pelo tempo uma cultura patriarcal, mesmo hoje e mesmo tendo em conta os passos importantes que já foram dados, a vida apresenta oportunidades diferentes para o homem ou para a mulher. A Mulher tem sido, assim, secundarizada e o seu contributo à sociedade diferenciado do Homem.

Os próprios Credos religiosos, ao longo dos séculos também nem sempre têm dignificado a Mulher dando-lhe o seu verdadeiro lugar, ainda que na Igreja Católica, por exemplo, pelos altares haja muitas santas e pese embora a sua inestimável doação à Causa da Igreja.

Por isso, o Encontro promovido pela Escola Profissional para tratar a temática, que envolveu alunos, professores e preletores com o objetivo de participação/dinamização de assunto tão atual, mereceu o Auditório cheio e a atenção devida.

INTERVENÇÕES

A Drª. Cecília Fragoso, da direção da Escola Profissional, a Drª. Helena Figueiredo, docente da EPT e a Dr. Fátima Vasconcelos do Núcleo de Apoio à Vitima de Viseu, vieram trazer à plateia motivos de reflexão.

CECÍLIA FRAGOSO, lembrando que o principal objetivo destas e de outras ações é promover o espírito de iniciativa, interação, convívio e o espírito empreendedor dos jovens, procurando estimular o reconhecimento pelo risco e pela iniciativa, mas também contribuir para uma melhor preparação dos jovens na vida, depois da escola.

Estimular o conhecimento passa por abordar/debater determinados temas que enriquecem esse conhecimento.

A Escola Profissional de Tondela ao longo dos seus quase 21 anos de existência tem investido fortemente quer na vertente educativa, quer formativa dos seus formandos, preparando-os integralmente para a vida.

HELENA FIGUEIREDO, falando na Igualdade de Género, traçou o quadro genérico que ainda hoje se apresenta na maioria dos países, mesmo ocidentais.

A participação dos homens e das mulheres no mercado de trabalho é desigual; os lugares de chefia nas áreas privada ou pública, são maioritariamente desempenhados por homens; continua a haver diferenciação de profissões (tendencialmente masculinas ou tendencialmente femininas); continua a “exigir-se” que as mulheres sejam as principais responsáveis pelas tarefas da casa e cuidados à família; a licença de parto, ainda que a lei abranja os dois cônjuges, continua a ser utilizada predominantemente pela Mulher; continua a haver barreiras psicossociais de vulto na participação política e cívica das mulheres.

No entanto, passos importantes já têm sido dados para a valorização da Mulher no campo laboral, social e político. A Mulher não é mais nem menos; tem o seu papel, e importante, na construção de uma sociedade em que as oportunidades sejam fruto de capacidade e não de género; em que, para além da sua valorização pessoal como ser humano, façam parte integrante e igual do caminho a percorrer para uma vida melhor.

FÁTIMA VASCONCELOS, trazendo á reflexão principalmente o tema da “violência doméstica”, área onde exerce a sua função, falou de um flagelo que aumenta dia a dia na sociedade portuguesa e não abona a educação, o respeito e a cidadania que deve estar presente em todos os nossos atos, até porque herdeiros de um Povo de brandos costumes.

A “violência doméstica”, embora não sendo assunto novo, apresenta hoje caraterísticas e atos preocupantes, que exigem medidas de proteção e correção.

Foi interessante que a questão fosse debatida.

DEBATE

Algumas opiniões e achegas da plateia com acuidade, enriqueceram a Conferência.

A EPT cumpriu também ali o seu papel de educar/formar.

Jorge A. Leitão