ATÉ SEMPRE, SR. COMANDANTE ADELINO

No dia 27 de Agosto de 2025, Tondela recebeu a notícia mais triste que não esperava receber tão cedo. Foi nesse dia que nos deixou o Sr. Comandante Adelino Coimbra Augusto, levando consigo uma parte da alma da nossa terra e deixando em todos nós uma saudade sem tamanho. Para mim, a dor é ainda mais funda: o Sr. Comandante Adelino foi mais do que uma figura pública respeitada, foi um amigo próximo, companheiro de tantos momentos e uma presença constante na minha vida, desde os tempos em que já partilhava amizade com o meu pai até aos dias em que caminhámos lado a lado nos bombeiros.

No dia seguinte, 28 de Agosto, Tondela uniu-se em luto. A cidade parou para lhe prestar a última homenagem. Vi corporações de bombeiros de todo o distrito de Viseu erguerem-lhe continência, vi os autarcas — o atual e o anterior Presidente da Câmara — juntarem-se no mesmo respeito, e vi o povo, em peso, a despedir-se com lágrimas e silêncio. O adeus ao Sr. Comandante Adelino não foi apenas um funeral; foi um testemunho da grandeza de quem se dá inteiramente aos outros.

O Sr. Comandante Adelino era feito de bondade e coragem. Era daqueles homens que sabiam ouvir, que não viravam a cara à luta e que davam o exemplo pelo gesto, nunca pela imposição. Tinha a serenidade de um líder e a humildade de um verdadeiro amigo. A sua vida nos bombeiros foi marcada por episódios que ficarão para sempre na nossa memória: no desastre ferroviário de Alcafache, em 1985, assumiu o comando num cenário de dor que ainda hoje custa recordar; três anos depois, chorou (choramos) a morte de dois companheiros de farda num trágico acidente a caminho de um incêndio. Esses momentos não o quebraram — antes revelaram a fibra de que era feito: um comandante que sentia cada perda como sua, um homem de carne e osso, com coração enorme.

Mas a grandeza do Sr. Comandante Adelino não se media apenas pela farda que envergava. Media-se pela sua gargalhada contagiante, pela forma como entrava numa sala e transformava o ambiente, pela amizade sincera que oferecia sem pedir nada em troca. Quantas vezes me disse as palavras certas na hora certa, quantas vezes o seu exemplo me mostrou que a verdadeira força está na simplicidade e na generosidade.

Hoje, custa tanto aceitar que partiu. Tondela perdeu uma das suas vozes maiores, um dos seus símbolos, um dos seus melhores homens. Nós perdemos o amigo, o confidente, o companheiro. Mas não perdemos o que ele nos deixou: o exemplo de uma vida vivida com retidão, com entrega e com amor aos outros.

Aos que sofrem mais de perto esta perda, deixo um abraço cheio de respeito e carinho: à sua dedicada esposa, Sr.ª D. Fernanda, e aos filhos Rui e Carlos Coimbra, que carregam com orgulho o legado do pai e continuam a servir a comunidade como bombeiros. Sei que encontram nele não só a saudade, mas também a força e o exemplo que os guiarão sempre.

Até sempre, Sr. Comandante Adelino. A sua memória ficará gravada na história da nossa terra e no coração de todos nós. Partiu o homem, ficou a lenda. Ficou a saudade infinita de um amigo que jamais será esquecido.

Descanse em paz, Sr. Comandante.

 

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