FALANDO COM

Falando com, vai ser espaço onde procurarei entrevistar pessoas de todas as condições sociais e de todos os quadrantes políticos ligadas à vida política, associativa, cultural e outras, que pelo seu passado, tenham contribuído, com o seu trabalho, a sua dedicação e o seu empenho, para o desenvolvimento da sua terra e das suas gentes. O meu primeiro entrevistado chama-se Rui Miguel Simões Pacheco, é casado, pai de dois filhos, nasceu na Freguesia de Santiago de Besteiros, e é guarda no Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira. Num momento particularmente difícil para Portugal e para os portugueses, dadas as dificuldades económicas e sociais que o País atravessa, Miguel Pacheco, aceitou o difícil desafio de ser o representante da nossa freguesia, nas últimas eleições autárquicas para a União de Freguesias de Mouraz e de Vila Nova da Rainha.

Para ele preparei-lhe as seguintes perguntas:

PRIMEIRA PERGUNTA: Qual foi a motivação que o levou a aceitar ser o cabeça de lista pelo PSD em Vila Nova da Rainha, nas últimas eleições autárquicas, estigmatizadas que foram as mesmas pelo espectro da União de Freguesias e num momento de enormes convulsões económicas e sociais para o País?

R.M.  A motivação vai-se buscar consoante os desafios que se nos deparam. Não se pode pensar que uma decisão desta envergadura se baseie num único motivo, mas sim no resultado da pesagem dos prós e dos contras inerentes ao desempenho destas funções.

Quando decidi aceitas este desafio, confiante que a reestruturação administrativa das Freguesias podia não passar do capítulo das ideias absurdas, procurei rodear-me de gente da minha confiança, com ideias, com amor á terra e com vontade de trabalhar pelo bem comum, de forma a poder fazer o mais possível com os poucos recursos que temos.

SEGUNDA PERGUNTA: Ao iniciar as suas funções quais foram para si os principais problemas com que se confrontou?

R.M. Estaria a mentir se dissesse que as dificuldades foram só no início, uma vez que ainda estou num período de aprendizagem. Tenho a noção que a falta de experiência tem que ser combatida com trabalho extra, que a realidade autárquica é bem mais complexa que o que pode parecer. Se dificuldades existem sempre, maiores serão agora neste contexto de agregações, pois não há experiência que nos diga qual é o melhor caminho.

TERCEIRA PERGUNTA : Conhecendo-se as enormes dificuldades que em termos de tesouraria, o Governo e os Municípios atravessam, quais as obras mais prioritárias que pretende realizar em Vila Nova da Rainha?

R.M. Quando elaborámos o manifesto eleitoral a apresentar à população, aquando das eleições do passado dia 29 de Setembro, fizemo-lo com a consciência que era perfeitamente exequível. Nele, estão previstas acções em vários quadrantes, sendo na minha opinião, mais urgentes as questões sociais. As obras idealizadas de maior envergadura, serão analisadas a seu tempo, depois de sabermos ad certo a nossa saúde financeira, e depois de escutarmos a população. As prioridades mudam consoante os tempos.

QUARTA PERGUNTA: Em termos associativos é intensão da União de Freguesias a que pertence, continuar a apoiar as nossas Instituições Locais?

R.M. Não posso obviamente falar por todos os membros da actual Junta de Freguesia, porém a minha opinião é de que as associações, podem e devem ter um papel privilegiado no contacto com o povo, desenvolvendo actividades de vária índole, de forma a proporcionar aos seus associados e restante população, momentos de lazer e de convívio. Neste contexto, sempre que essas actividades sirvam o superior interesse do povo e consigam levar o nome da nossa terra um pouco mais além, deve esta Junta ajudar, podendo faze-lo de formas, que não só apoio monetário

QUINTA PERGUNTA: Possuindo Vila Nova da Rainha um dos melhores parques urbanos do Concelho de Tondela, e um Centro de Animação totalmente infra-estruturado qual a utilização que lhe pretende dar?

R.M. O Parque Rainha D. Teresa foi sendo ao longo do tempo um local de encontro e convívio das nossas gentes, e cada vez mais de gentes de outras paragens. É imperativo que assim continue, com a dinamização de actividades desportivas e culturais. A Junta de Freguesia ouvirá todas as propostas que nos façam chegar, acolhendo aquelas que entender serem benéficas para o bom nome daquele espaço.

Quanto ao centro de animação, está numa fase de ultimação e liquidação de contas, que por indisponibilidade de verbas, está a ser mais moroso que o desejado. Concluída esta fase, e havendo candidatos à sua utilização, estudaremos as possíveis soluções para aquele espaço.

SEXTA PERGUNTA: Sabendo-se que a União de Freguesias iria gerar nalguns casos, focos de alguma conflitualidade entre as Freguesias Agregadas e Agregadoras, como se tem traduzido na prática e no que se concerne às extintas Freguesias de Mouraz e de Vila Nova da Rainha, tal mudança?

R.M. No caso específico de Mouraz e de Vila Nova da Rainha, e no que diz respeito ao elenco da Junta mais a Assembleia da mesma, funciona com normalidade social e institucional. No entanto, e sem hipocrisias, sabemos que ninguém de nós foi a favor desta agregação. Não é possível de um dia para o outro esquecer toda uma vida de lembranças e vivências, e achar que está tudo bem. Tentaremos tudo fazer para não ostracizar nem pessoas nem localidades, tentando ser os primeiros elos da ligação nestes dois povos.

Aproveito em meu nome pessoal e também em nome da União de Freguesias de Mouraz e de Vila Nova da Rainha, para desejar os seus habitantes, residentes e ausentes, bem como familiares e amigos, um Santo Natal e um Ano Novo cheio de saúde e de paz.

A Folha de Tondela, na pessoa do seu correspondente em Vila Nova da Rainha, agradece ao Miguel Pacheco todo o empenho e disponibilidade com que simpaticamente tornou possível realizar esta entrevista.

O próximo entrevistado será o Presidente da Associação de Vila Nova da Rainha.