Quinta-feira , Maio 2 2024

CARLÃO NA ACERT MAIS DO QUE UM CONCERTO MEMORÁVEL, UMA CELEBRAÇÃO DE TALENTO AFECTUOSO

Quem assistiu ao concerto de Carlão não irá esquecer. Um primeiro condimento já prometia: os 40 anos da ACERT juntavam-se aos 40 anos de vida do artista, facto que associado à ligação afectiva que o músico guardava de Tondela e da ACERT expresso pela gravação do vídeo do Da Weasel em 2004. No Auditório ao ar-livre do Novo Ciclo ACERT. Nessa altura, Carlão tinha como nome artístico, Pacman e era “the voice” da banda e o público encheu de aplausos uma prestação memorável.

Doze anos depois, o mesmo músico subia ao palco da ACERT para apresentar seu novo disco “Quarenta” manifestando que não tinha parado a sua energia musical inventiva após os já seis anos em que o projeto Da Weasel finalizou: “Se me vires na rua mostra o calor | Ódio eu não tenho seja por quem for | O que eu faço é o que eu sou | O que fiz também mas já passou”.

E ali estava Carlão, acompanhado de músicos talentosos a demonstrar porque o seu nome está associado ao que de melhor acontece no panorama musical nacional. Mais maduro (disse ele e confirmou o público), mostrando o seu lado mais pessoal, quer na forma de interpretar, quer na naturalidade com que confidenciava com o público o seu lado íntimo, a sua forma de estar na música, a sua paixão pelo que ama. Enfim, Carlão, o autêntico detentor de dotes musicais e letrista atento à realidade que o inquieta e apaixona. O que é certo é que o púbcarlão na acertlico, quando tal acontece, fica rendido e mergulha na onda da beleza do mar com que Carlão o seduz: “O cheiro do caramelo que serpenteia no imenso mar de prata | As coisas não são nossas | Não devia ser preciso agarrarmo-nos a elas sofregamente”.

Convicto do que estava a passar para a audiência, Carlão cantava, ora a solo, ora nos duetos em que abria a porta para que a voz de Bruno Ribeiro brilhasse com identidade. Um mestre cerimónias, este Carlão… estendendo tapete aos músicos que o acompanhavam.

E o público, encantado pelo que tinha o privilégio de assistir. Surpreendido por encontrar um Carlão que não precisava de ser Pacman nem tão pouco se prestava a comparações escusadas. Aplaudiu, acompanhou o músico com euforia, dançou, deleitou-se com os vários estilos de música que cruzavam a vida daquele músico. Sentiu Carlão nas suas novas dimensões: o artista, o cidadão que, apesar de ter quarenta anos, quer continuar a ser “puto”. Talvez esta afinidade o tenha feito acariciar  tanto da ACERT com seu percurso de quarenta anos a revelar idênticos sentires.

No final do concerto que, por vontade do público, não acabaria, Carlão sentou-se numa mesa do Bar ACERT como se fosse o canto íntimo de sua casa e recebeu cada espectador que com ele queria partilhar sua felicidade de ter feito parte daquele concerto memorável. Tirou fotografias, assinou seu novo disco, conversou e sorriu por estar feliz e por tudo ter dado para que os espectadores estivessem realmente maravilhados por ter posto aquele concerto nos seus momentos memoráveis. Quanto à ACERT, diz-se que somou os seus 40 aos 40 de Carlão para iniciar um ano de programação em que celebrará muitos outros acontecimentos artísticos de eleição.

Bem, como esta escrita tem por mote o concerto de Carlão, que se dê por terminada com a escrita do protagonista: “Muita música para ser feita | Deito as sementes logo faz a colheita | Mas abre os presentes antes da deita | Não sei se acordo com uma dor suspeita”.

C.

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