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ADICES COMEMORA 30 ANOS DE ATIVIDADE

A ADICES – Associação de Desenvolvimento Local, com sede em Santa Comba Dão comemora 30 anos de atividade no território.
Nascida a 21 de janeiro de 1991, esta associação foi a entidade responsável pela operacionalização da primeira iniciativa LEADER, potenciando a promoção de iniciativas sociais, apoiando projetos económicos, `apelando à consciência ambiental, à valorização patrimonial bem como a preservação/dinamização das tradições e a solidariedade ativa.
A ADICES cedo se destacou pela intervenção em diversos setores da sociedade, pautando a sua atuação pela mobilização integral dos diferentes recursos da região para satisfação das necessidades das respetivas populações.
Esta associação atuou, até 2007, nos territórios dos municípios de Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão e Tondela. Nesse ano, começaram a ser trabalhadas pela equipa técnica da ADICES as freguesias serranas do município de Águeda, nomeadamente Agadão, Belazaima do Chão, Castanheira do Vouga, Macieira de Âlcoba, Macinhata do Vouga e Préstimo. Em 2014 a totalidade do concelho de Águeda era incorporada na ADICES e os seus representantes admitidos nos seus órgãos sociais.
Iniciava-se então um novo ciclo de na vida desta organização, abrangendo a totalidade de 5 municípios, 48 freguesias e 107.714 habitantes distribuídos por 1.186,54km2.

ATIVIDADES
Pela natureza do trabalho desenvolvido foi-lhe atribuído, em 2000, o Estatuto de Entidade de Utilidade Pública. Em 2013 foi reconhecida como Entidade Autorizada para a Prática de Atos de Gestão Operacional (GeOp) da iniciativa Bolsa de Terras. Em 2015 é reconhecida como Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD).
A experiência da ADICES e dos parceiros que integram o seu Grupo de Ação Local (GAL), em matéria de conceção e gestão de projetos no âmbito de Fundos Estruturais (FEDER, FSE, FEOGA e iniciativas comunitárias) remonta ao QCA I, verificando-se a sua consolidação e aprofundamento nos programas de financiamento subsequentes (QCA II, III e QREN/Portugal 2020), tendo sido entidade gestora e promotora de múltiplos planos de desenvolvimento elaborados no âmbito de iniciativas comunitárias como o programa LEADER, o programa NOW e EUROFORM, tendo estado também envolvida em projetos INTERREG e EQUAL.

DESENVOLVIMENTO DO TERRITÓRIO
A experiência acumulada, pela ADICES, na qualidade de órgão intermédio de gestão, no desenvolvimento da abordagem LEADER, desde 1991, consubstancia-se num conjunto de projetos financiados que muito têm contribuído para o desenvolvimento do território ao nível da promoção da competitividade regional e reforço das oportunidades de emprego, por via da renovação do tecido empresarial e das condições de suporte ao investimento produtivo, valorização dos recursos endógenos do território, desenvolvimento do turismo, requalificação dos centros urbanos e valorização do património.
Até 31 de dezembro de 2020 (havendo ainda candidaturas em análise e um aviso aberto) a intervenção da associação, no âmbito de projetos de investimento, era de 711 projetos num investimento total de 40 822 464,01€ com a comparticipação quer da União Europeia quer da Administração central no montante de 23 151 732,80€.
Nestes 30 anos a ADICES aprovou e canalizou para o seu território mais de 23 de milhões de apoios que alavancaram investimentos superiores a 40 milhões de euros.
Nestes valores não estão incluídas as candidaturas à medida +Coeso – Emprego nas vertentes Empreendedorismo Social, Urbano e Interior. Neste momento as candidaturas estão analisadas e encontram-se em fase de audiência prévia. As candidaturas com mérito a esta medida, no território da ADICES, cifram-se em 4 653 419,91€.
Os valores já consolidados ou aqueles que se encontram em fase de decisão (+COESO) contribuíram fortemente para o desenvolvimento regional, valorizando os recursos endógenos, desenvolvendo o turismo, criando empresas, contratação e qualificação depostos de trabalho, requalificação e valorização do património.
Esta valorização territorial foi conseguida maioritariamente por intervenções de Conservação e Valorização do património, Investimento e modernização de unidades empresariais, Viabilização de espaços de promoção e comercialização de produtos locais, dinamização do movimento de associativismo local, qualificação dos serviços básicos e de proximidade (área social e educação), Criação de unidades de Alojamento de Turismo em espaço rural.

DIVERSIDADE DE AGENTES
Nestas operações implementadas ao longo do tempo no território, destacam-se diversos promotores e beneficiários entre os quais empresas de diversos sectores de atividade, Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, Associações culturais Recreativas e desportivas, Sociedades Filarmónicas, Cooperativas, Santa Casa da Misericórdia, IPSS,2, Fundações, Empresas privadas de diversos setores de atividade.

FORMAÇÃO
Ao longo dos anos a ADICES tem vindo a desenvolver um trabalho diversificado a nível da educação e formação de jovens e adultos.
Promovendo a qualificação das populações locais a ADICES dinamizou 191 ações de formação certificadas onde qualificou 2.253 adultos, contando ainda com a criação de 3 escolas profissionais (Mortágua, S, C, Dão e Tondela).
Foi Centro de Novas Oportunidades desde 2004 até 2012, tendo certificado no âmbito do CNO cerca de 2300 adultos, 441 com ensino secundário e 1861 com nível básico, valor este que representa 3,84% da população residente.
Consciente da sua missão social, a ADICES promoveu 11 cursos, 28 ações nos 5 municípios de intervenção, envolvendo 453 formandos a quem foram ministradas formação e informação capacitante como veículo facilitador da sua integração em sociedade.
No âmbito do ProDeR e do PDR a ADICES tem vindo a integrar vários projetos de cooperação interterritorial e internacional, participando e dinamizando iniciativas de promoção dos recursos endógenos e do seu território, desenvolvendo parcerias locais com as Redes sociais, Agrupamentos escolares, Escolas Sociais e Conselhos de Segurança Municipais.

PARCERIAS
A nível nacional, destaque para as parcerias com programas como o Portugal Rural, Federação a minha terra /Sementes do Futuro, Região Solidaria, Territórios sustentáveis e rede rural nacional.
A direção da associação é presidida pelo presidente da Câmara de Santa Comba Dão Leonel Gouveia, sendo vice-presidente o presidente de Tondela José António Jesus e vogais os edis de Águeda Jorge Almeida, Carregal do Sal Rogério Abrantes e Mortágua Júlio Norte.
Atualmente a ADICES desempenha, através do seu coordenador João Carlos Figueiredo, as funções de Presidente da Assembleia Geral da Minha Terra – Federação Portuguesa das Associações de Desenvolvimento Local e Vice-Presidente da Direção da ATA – Associação de Turismo de Aldeia.
As comemorações desta data estavam programadas para esta semana, mas devido ao confinamento por causa da pandemia será futuramente apresentado.
A Folha de Tondela ouviu o Presidente da direção da Adices, Leonel Gouveia que nos falou do trabalho da instituição, da sua importância para o desenvolvimento local e os objetivos para o futuro.
MJJ

Folha de Tondela: Adices 30 anos. São 30 anos a desenvolver o FOLHA DE TONDELA LEONEL GOUVEIAinterior rural?
Leonel Gouveia – Podemos afirmar convictamente que a ADICES tem desempenhado, nestes seus 30 anos de existência, um papel determinante no seu território de intervenção, nomeadamente nos concelhos de Águeda, Carregal do Sal, Santa Comba Dão e Tondela. As respetivas direções e a sua equipa técnica têm sabido ao longo destes anos, levar a cabo iniciativas, apoios e realizações que têm contribuído para um território mais desenvolvido, equilibrado e solidário.

F.T-O programa LEADER foi um sucesso, porque foi pensado para o interior do país?
L.G -O programa LEADER “Ligações Entre Ações de Desenvolvimento da Economia Rural”, na sua designação oficial, é uma iniciativa comunitária de desenvolvimento rural, visando a promoção de iniciativas integradas, colocadas e postas em prática à escala local, baseadas em estratégias de desenvolvimento sustentável, integradas e de importante intervenção visando novas formas de valorização do património natural e cultural, o reforço económico, de forma a contribuir para a criação de postos de trabalho e a melhoria da capacidade de as comunidades se organizarem. Pelos indicadores de realização de que dispomos e que são públicos somos tentados a dizer que existe o sentimento de dever cumprido neste território por parte da ADICES, através do seu Grupo de Ação Local (GAL), quanto a esses objetivos.

F.T – O papel da Adices é também muito importante para a coesão de cada município que a integram, na vertente territorial, social e económica?
L.G- Sem dúvida que sim. A iniciativa LEADER, tal como a ADICES comemora 30 anos em 2021. O que prova que este GAL está no terreno desde a primeira hora. Estamos certos que os agentes económicos, associativos e sociais de cada um dos municípios da sua área de intervenção, têm usufruído bem das ferramentas que a ADICES tem colocado à sua disposição. Também é justo que se afirme que as autarquias têm prestado um apoio inequívoco ao seu funcionamento.

F.T- No seu entender, o governo devia dar mais competências a organizações como a Adices?
L.G -Sem dúvida nenhuma que sim. Existem competências que nos foram retiradas neste quadro comunitário de apoio (animação e divulgação do território, promoção dos produtos e apoio ao movimento associativo e apoio social por ex) que são determinantes para que se possa realizar um desenvolvimento local integrado. A nossa (não) intervenção num período difícil l e dramático como aquele que vivemos com os terríveis incêndios de 2017 é o exemplo vivo da falta de competências atribuídas aos GAL.

F.T -Quais os objetivos da Adices para o futuro?
L.G -Reforçar a missão destes 30 anos, continuando a ser uma referência na região e no pais. Continuar, também, a trabalhar para contribuir para um território ainda mais desenvolvido, coeso e inovador. Estar atento aos desafios da digitalização, da economia verde, contribuindo para a melhoria de práticas agrícolas (desperdício deste setor, incluído). Apostar na economia circular e incentivar as cadeias curtas levando a maior retorno económica e melhores práticas ambientais. Assim nos proporcionem ferramentas de trabalho porque embora a equipa técnica seja diminuta (5 técnicos para 5 municípios) já deram mostras da sua entrega e do seu elevado profissionalismo.

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